O futuro é agora para equipamentos autônomos

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Fala-se muito sobre "o canteiro de obras do futuro" — um lugar e uma época onde a eletrificação, a tecnologia autônoma e os processos inteligentes se combinam para impulsionar a eficiência, maximizar a segurança e aumentar a produtividade geral. Lindsey Anderson investiga.

Esses ideais podem parecer um conceito distante, a anos de distância, mas com a indústria dando passos contínuos em direção à conexão e à otimização, esse futuro já chegou. E essa transição, de acordo com Rogério dos Santos, vice-presidente de estratégia e gestão de produtos da JLG, não está acontecendo de uma só vez, mas sim em etapas, ou "momentos de autonomia".

“Não vai ser como se um dia você estivesse em um canteiro de obras totalmente desconectado e, no dia seguinte, se deparasse com um mundo completamente novo”, diz dos Santos. “Isso está acontecendo agora.”

Um passo de cada vez

Bobcat RogueX A Doosan Bobcat apresentou oficialmente o carregador totalmente elétrico e autônomo RogueX2 na Conexpo em 2023.

Em julho, o conselho de administração da Doosan Bobcat anunciou seus planos para que a Doosan Robotics conclua uma fusão com a Doosan Bobcat até o início do próximo ano. Segundo o plano, a Doosan Bobcat se tornaria uma subsidiária integral da Doosan Robotics. Em uma apresentação da empresa, a Doosan afirmou que a estratégia faz parte de um plano para "se tornar uma fornecedora global de soluções autônomas/automatizadas de gama completa".

“Pensamos na tecnologia relacionada à eletrificação, autonomia e conectividade avançada como blocos de construção”, diz Joel Honeyman, vice-presidente de inovação global da Bobcat.

Honeyman, que está na Bobcat há mais de 27 anos, lidera uma equipe dedicada que trabalha nesses três pilares tecnológicos e, por meio de parcerias com empresas e provedores de tecnologia, criou soluções que a Bobcat pode implementar em diversas categorias de produtos.

“Nos últimos cinco anos, temos feito um trabalho bastante ativo”, diz Honeyman. “Por exemplo, investimos em uma empresa de radar no Kansas chamada Einstein, e este é o nosso sistema de alerta e prevenção de colisões que estamos pilotando agora, e que será comercializado aqui até o final do ano.”

Esse 'trabalho ativo' que Honeyman e sua equipe vêm conduzindo fez com que a Bobcat estreasse uma série de protótipos e conceitos autônomos nos últimos anos, incluindo o Bobcat AT450X habilitado pela Agtonomy, o carregador totalmente elétrico e autônomo RogueX2, um cortador de grama autônomo projetado para operar com o software Greenzie, bem como a operação remota MaxControl da empresa, o Bobcat Machine IQ e muito mais.

Será que os manipuladores telescópicos Bobcat serão os próximos?

“Estamos trabalhando em diferentes áreas porque não existe uma solução única para todos”, explica Honeyman sobre a utilização de tecnologia em diferentes produtos. “Certamente, buscamos aplicar essas tecnologias semelhantes à nossa família de manipuladores telescópicos.”

Atualmente, a Bobcat está pesquisando sistemas que detectem se um operador está no assento de uma cabine de manipulador telescópico ou carregadeira de rodas. "Essa tecnologia permitiria que os controles fossem ativados dentro do equipamento", explica Honeyman. "Também analisamos a aplicação de radares para alerta e prevenção de colisões."

“Essas coisas estão se unindo por meio de uma estratégia, mas as soluções são únicas dependendo do veículo e da aplicação.”

Menos trabalho? Mais robôs

Desde o início da Revolução Industrial, sucessivas ondas de tecnologia tornaram o trabalho significativamente mais produtivo e seguro, e os papéis dos trabalhadores também evoluíram. Por exemplo, até a década de 1970, a maioria das fábricas

Controle móvel JLG O Controle Móvel da JLG permite que os operadores conduzam, manobrem e carreguem plataformas elevatórias tipo tesoura recolhidas a partir de um dispositivo móvel. (Foto: JLG)

O trabalho de produção era realizado manualmente. Durante essa década, muitos fabricantes adotaram robôs para aplicações de soldagem que exigiam um alto grau de precisão. Em parte, eles também adotaram essas soluções automatizadas para compensar a escassez de mão de obra qualificada. Durante essa revolução no chão de fábrica, o papel dos trabalhadores humanos evoluiu para se concentrar na supervisão e inspeção.

“A busca por máquinas e tecnologias autônomas não é novidade”, afirma dos Santos, da JLG. “Se quisermos visualizar para onde a robótica em equipamentos de acesso está se encaminhando, um ótimo ponto de partida é como ela está sendo usada atualmente em categorias de produtos e indústrias adjacentes.”

A indústria automobilística está consistentemente 5 a 10 anos à frente da indústria da construção. Com as montadoras, a tecnologia segue um caminho familiar: novas tecnologias são frequentemente introduzidas primeiro em veículos de luxo devido ao seu alto custo inicial. À medida que amadurecem, essas tecnologias são adotadas por mais consumidores e geram economias de escala; em seguida, migram para marcas de automóveis mais baratas. Exemplos incluem carros autônomos, controle ativo da carroceria e piloto automático adaptativo. Todos envolvem o controle autônomo ou semiautônomo de veículos, o que poderia ser amplamente considerado um tipo de robótica.

Embora o setor da construção ainda não tenha migrado para equipamentos totalmente autônomos, houve muitos lampejos de inovação com equipamentos que oferecem passos em direção à autonomia, explica dos Santos.

“Essa evolução na autonomia e, por conseguinte, na robótica, não visa apenas substituir o esforço humano, mas também aumentar a eficiência e a precisão geral do trabalho em questão”, afirma dos Santos. “O principal impulsionador do avanço da autonomia e da robótica em equipamentos de acesso é a necessidade constante de aumentar a produtividade, otimizar processos repetitivos e reduzir custos operacionais. A tecnologia robótica pode lidar com tarefas repetitivas com mais rapidez e com um nível de qualidade mais consistente.”

Exemplos já utilizados em aplicações de trabalho em altura e movimentação de materiais incluem autonivelamento, sensor de carga e inclinação variável. Esses recursos permitem que PEMT/PTA e manipuladores telescópicos se ajustem independentemente às mudanças de condições, aumentando a precisão e a eficiência. Por exemplo, o autonivelamento garante que o equipamento permaneça estável, mesmo em terrenos irregulares, reduzindo a necessidade de ajustes manuais. O sensor de carga permite que a máquina detecte e responda a variações de peso, otimizando o desempenho e evitando sobrecargas. A inclinação variável permite que o equipamento adapte seu ângulo automaticamente, garantindo a operação ideal em diferentes cenários.

Chassi autonivelante JLG A tecnologia de chassi autonivelante da JLG, vista aqui em um elevador de lança JLG 670SJ, nivela a unidade automaticamente em inclinações de até 10 graus. (Foto: JLG)

Um exemplo é a tecnologia exclusiva de chassi autonivelante da JLG, que permite que a plataforma elevatória JLG 670SJ nivele automaticamente em inclinações de até 10 graus, possibilitando a operação em terrenos irregulares. Essa tecnologia inovadora promove uma operação segura e aumenta a manobrabilidade, eliminando o reposicionamento constante e economizando tempo”, afirma dos Santos.

Honeyman explica que a Bobcat vê a autonomia e as soluções tecnológicas como meios de combater a atual escassez de mão de obra.

“Uma coisa que sempre menciono é que essas soluções não envolvem necessariamente a remoção do operador”, diz Honeyman. “Pensamos: 'Como complementar melhor a mão de obra? E como podemos dar suporte à mão de obra que temos atualmente?'”

Aumentando a segurança e a eficiência

Agora, mais do que nunca, os fabricantes de equipamentos de acesso estão buscando maneiras de aumentar a segurança e a eficiência dos equipamentos usando soluções automatizadas, observa dos Santos.

Por exemplo, o lugar mais seguro para os operadores é em terra. Os OEMs de acesso podem ajudar a manter os operadores em terra com robótica e autonomia, tornando o trabalho extenuante menos desgastante e as tarefas de alto risco significativamente mais seguras. A redução das barreiras físicas e de segurança pode reduzir os riscos gerais associados aos trabalhos na construção civil. Essa mudança beneficia os trabalhadores atuais, tornando seus empregos mais gerenciáveis e eficientes; também tem o potencial de atrair uma força de trabalho nova e diversificada. Pessoas que antes consideravam a construção civil muito exigente fisicamente ou perigosa podem agora vê-la como uma opção de carreira viável e atraente.

A JLG tem trabalhado junto com a Palladyne AI e a Construction Robotics para colaborar em futuros conceitos e soluções de máquinas.

Por meio de sua parceria com a Palladyne AI, a JLG forneceu um elevador de lança articulada 450AJ para ser usado como

Bobcat AT450X O trator articulado autônomo e elétrico da Bobcat, o AT450X, equipado com Agtonomy. (Foto: Bobcat)

Veículo de Trabalho Autônomo (AWV) em um projeto de prova de conceito chamado Manipulação Autônoma Externa de Painéis Fotovoltaicos (O-AMPP), que automatiza a transferência, elevação e colocação de painéis solares durante a instalação, diz dos Santos.

“Este projeto envolveu rigorosos testes de campo para testar a viabilidade e a funcionalidade do sistema autônomo em condições reais”, observa. “A Palladyne AI concluiu com sucesso a validação final do sistema no ano passado, marcando um marco significativo na iniciativa.”

Por meio de seu trabalho com a Construction Robotics (CR), a JLG também forneceu duas máquinas para integração com o novo Material Unit Lift Enhancer (MULE) compacto alimentado por bateria MZ100 da CR: um elevador de tesoura JLG RT3394 e uma transpaleteira Hinowa TPX4000.

A JLG diz que esta iniciativa tem como objetivo usar robótica em máquinas comumente usadas por empreiteiros de alvenaria e concreto para levantar e colocar blocos de concreto, eliminando a tarefa de construção repetitiva e trabalhosa que geralmente resulta em lesões cumulativas.

“À medida que avançamos, estamos focados em aprimorar nossas capacidades e expandir nossas ofertas, incluindo a busca por maneiras de aumentar a eficiência operacional por meio de mais avanços em robótica e autonomia”, afirma dos Santos. “Não há dúvida de que a robótica para PEMT/PTA seguirá a mesma curva tecnológica que vimos em outros setores. Ao nos anteciparmos às tendências do setor e alavancarmos nossas aquisições, buscamos estabelecer novos padrões em eficiência, sustentabilidade e desempenho geral no canteiro de obras.”

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