Cinco coisas que aprendemos com o relatório de sustentabilidade do Renta Group

O Renta Group é hoje uma das maiores empresas de aluguel da Europa, com receitas de mais de € 550 milhões (US$ 623 milhões) e operações em oito países (Dinamarca, Estônia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega, Polônia e Suécia).

A empresa, que nomeou seu primeiro chefe de sustentabilidade no ano passado, publica relatórios de sustentabilidade desde 2021 – antes mesmo da entrada em vigor de quaisquer requisitos legais para sua apresentação. Este ano, em linha com a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) recentemente introduzida pela UE, a empresa foi ainda mais longe e publicou uma avaliação abrangente de seus planos de RSC.

Dessa forma, o relatório anual de sustentabilidade publicado recentemente pela Renta fornece um modelo útil sobre o que as empresas de aluguel devem fazer.

Aqui estão alguns pontos que extraímos do relatório.

1. A Renta está avaliando seus fornecedores

O Renta Group enviou Questionários de Avaliação de Fornecedores a todos os seus fornecedores importantes pela primeira vez em 2024. Esse esforço incluiu auditorias no local de fornecedores com “fatores de alto risco” usando um auditor terceirizado.

Renta disse: “Reconhecemos que o desempenho dos nossos fornecedores tem um impacto direto e imediato no desempenho organizacional da Renta, incluindo nosso desempenho em sustentabilidade... pretendemos encontrar maneiras, junto com nossos fornecedores, de descobrir o potencial e desenvolver pontos fortes, bem como soluções e alternativas para os pontos fracos existentes que precisam ser desenvolvidos.”

2. Quer mais mulheres em sua força de trabalho

A empresa espera recrutar mais mulheres e desenvolver a representatividade feminina em todos os níveis de seus negócios. A meta é atingir o final de 2026. Até o final desse ano, a meta é que 20% de sua força de trabalho seja composta por mulheres, ante 10% em 2024.

Foto: Renta Group

A empresa também quer que 10% de sua equipe de gestão seja composta por mulheres até a mesma data – atualmente, não há mulheres na equipe sênior. No conselho, a empresa quer que metade dos membros seja composta por mulheres, em comparação com um terço no ano passado.

“Pesquisas demonstram consistentemente que alcançar uma distribuição equitativa de gênero no local de trabalho contribui para o desenvolvimento e o sucesso”, afirmou o relatório.

3. Mais energia verde e melhor coleta de dados de “Escopo 3”

Até o final de 2026, a Renta quer que toda a eletricidade usada em seus depósitos seja "verde" ou produzida localmente por energia solar. A meta é que 95% do seu consumo de energia seja verde até o final do próximo ano.

A empresa também pretende ter pelo menos 90% de seus depósitos certificados pela ISO 14001 até o final de 2026. O número atual é de 59%.

Cerca de 68% das emissões de gases de efeito estufa da Renta se enquadram na categoria de Escopo 3, que é dominada pelo uso de seus equipamentos de locação pelos clientes. A empresa quer aumentar a precisão dos dados coletados sobre as emissões de carbono de sua frota e, para isso, está aumentando ainda mais o número de máquinas equipadas com tecnologia telemática.

A empresa disse que aumentar a precisão dos dados coletados sobre emissões de carbono é uma meta importante; "variações significativas de um ano para o outro podem refletir uma coleta de dados aprimorada, em vez de mudanças puramente operacionais", disse.

“Vemos essa melhoria na qualidade dos dados de forma positiva, reconhecendo que dados precisos são essenciais para demonstrar reduções e outras mudanças de forma transparente.”

4. Um acidente fatal motivou ação

O Grupo Renta sofreu uma fatalidade em 2024, algo que não é mencionado em seu relatório de sustentabilidade. Um trabalhador subcontratado sofreu uma queda durante uma operação de movimentação de uma estrutura de proteção contra intempéries. Uma investigação constatou que as normas de segurança não foram totalmente seguidas, com os ganchos duplos do cinto de segurança não fixados no momento do acidente.

“Esta perda trágica é profundamente sentida por toda a nossa organização”, disse o relatório. “Estamos comprometidos em aprender com este evento, melhorar nossas práticas e fazer todo o possível para evitar que um acidente como este aconteça novamente.”

Em resposta, a empresa revisou suas instruções de segurança para andaimes e instalações de proteção contra intempéries, aprimorou sua política de supervisão no local de trabalho e forneceu treinamento obrigatório adicional para trabalhadores e subcontratados em seis idiomas.

Como parte de seu programa mais amplo de saúde e segurança – não relacionado ao incidente descrito acima – a Renta quer que mais de 90% de seus depósitos sejam certificados pela ISO 45001 até o final de 2026, em comparação com os atuais 59%. A norma 45001 aborda saúde e segurança ocupacional.

5. O que é uma Avaliação de Dupla Materialidade (DMA)?

DMA provavelmente se tornará uma expressão mais conhecida nos próximos anos. Refere-se a uma forma de mensurar a sustentabilidade em termos de, primeiro, uma "avaliação de materialidade de impacto", que considera os impactos da própria empresa no meio ambiente e na sociedade em geral, e, segundo, uma "avaliação de materialidade financeira", que analisa como eventos externos relacionados à sustentabilidade – como eventos climáticos extremos ou novas regulamentações – impactam seu desempenho financeiro.

O objetivo disso é permitir que a Renta entenda os riscos e oportunidades envolvidos na sustentabilidade e priorize suas ações.

A abordagem DMA está sendo amplamente adotada por grandes empresas na Europa, pois é uma exigência da diretiva de relatórios de sustentabilidade corporativa (CSRD) da UE. Ela se aplica a empresas com receitas superiores a € 450 milhões (US$ 510 milhões) ou empresas listadas.