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'Motores esquentando': o setor de locação no Brasil está em crescimento?

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A Loxam detém a propriedade total da Degraus desde 2018. (Foto: Loxam)

Alta inflação, crises econômicas, falta de investimento em infraestrutura e mudanças na liderança do governo tiveram um impacto significativo nos setores de locação e construção civil em geral no Brasil.

Porém, em meio a esses desafios, surgiram oportunidades, conforme indica relatório da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (ALEC) de janeiro.

Os resultados da pesquisa Termômetro de Mercado da Location mostram um panorama misto ao comparar janeiro de 2024 com o mesmo período de 2023.

Por exemplo, 41,7% das empresas pesquisadas relataram que janeiro de 2024 foi melhor em comparação ao mesmo período de 2023.

Essa tendência ascendente sugere um crescimento positivo no setor de aluguel no ano passado, possivelmente impulsionado por fatores como recuperação econômica e demanda contínua por serviços de aluguel.

Por outro lado, aproximadamente 30,2% das empresas apresentaram desempenho inferior em janeiro de 2024 em comparação ao mesmo mês de 2023.

Os dados revelam uma tendência semelhante entre janeiro de 2024 e dezembro de 2023. Enquanto 37,2% dos entrevistados notaram uma melhora, 41% relataram desempenho inferior.

A pesquisa também examinou o crescimento da base de clientes e os ajustes de preços em janeiro de 2024, com quase dois terços dos entrevistados (65,5%) relatando um aumento de clientes durante o mês e 32,4% das empresas ajustando suas tabelas de preços, sugerindo relativa estabilidade nas taxas em meio à dinâmica do mercado.

Em termos de perspectivas futuras, o estudo revelou que 69,8% das empresas têm planos de comprar equipamentos nos próximos três meses.

Oportunidades de crescimento

Uma empresa que está prevendo crescimento é a Loxam, com seu CEO Guilherme Boog revelando no início deste ano que seus negócios combinados (Motormac Rental, A Geradora e Degraus Andaimes)

Guilherme Boog, CEO, Loxam Brasil.

poderá atingir uma receita líquida equivalente a R$ 500 milhões (aproximadamente US$ 102 milhões) em 2023 e aumentar em mais 15% no ano corrente.

Em declarações à IRN , Boog afirma que o retorno de grandes projetos de infraestrutura está impulsionando o crescimento em meio a um setor de locação que passa por um processo de consolidação; “Ainda estamos em um período de recuperação das grandes crises que vivemos de 2014 a 2018. No meio da recuperação, enfrentamos outra crise, a crise da Covid, que afetou o mundo todo e obviamente o mercado da construção civil no Brasil também foi influenciado.

“Portanto, ter uma perspectiva de investimentos em infraestrutura depois de tantos anos é uma ótima notícia para todo o mercado de construção no Brasil.

“Como muitas construtoras foram afetadas durante a crise, o aumento dos novos investimentos certamente será feito com máquinas alugadas, e todas as empresas estão se preparando para esse momento favorável.”

Enquanto isso, outra das três grandes do Brasil, a Mills, disse em seu relatório para o ano fiscal de 2023 que o investimento em equipamentos pesados a ajudou a atingir receitas recordes, atingindo R$ 1,4 bilhão (€ 210 milhões) com crescimento de 25%.

Mills disse que o investimento trouxe “maior diversificação, previsibilidade de fluxo de caixa e uma nova via de crescimento”.

Sergio Kariya, CEO da Mills, disse: “Nossos motores estão funcionando a todo vapor para 2024 e acreditamos que este será mais um ano de crescimento lucrativo, reforçando nosso posicionamento estratégico e vantagens competitivas.

“Nossas unidades de negócios estão estruturadas para apoiar o progresso da Mills e maximizar o valor para todos os nossos stakeholders, trazendo retornos significativos e bases sólidas para a expansão dos nossos negócios.”

Mudança de fornecedores

Durante a pandemia, é claro que houve dificuldades em obter uma nova frota, e esse certamente foi o caso no Brasil, onde as plataformas para trabalho emergencial (PEMT/PTA), em particular, eram difíceis de serem encontradas pelas empresas de aluguel.

Isso criou uma oportunidade para novos fabricantes entrarem no mercado, como explica Boog: “Em todo o Brasil, tínhamos escassez de plataformas para trabalho emergencial (PEMPs), e foi aí que os OEMs chineses entraram e preencheram a lacuna.

“Utilizamos e continuamos a utilizar fornecedores chineses para as nossas frotas de PEMT/PTA.”

Gênio A Locar investiu em unidades de empresas como a Genie. (Foto: Locar)

Esse sentimento é compartilhado por Marco Ceriello, diretor comercial de uma das maiores empresas de locação de PEMT/PTA do Brasil, a Locar.

A empresa possui uma das maiores frotas do Brasil, tendo investido R$ 600 milhões (US$ 120,4 milhões) em frota nos últimos três anos.

Ele afirma que a idade média das frotas de PEMPs/PTAs no Brasil está diminuindo devido à chegada de fornecedores chineses. "Muitas pessoas agora podem investir."

No caso da Locar, a idade média da frota da empresa é inferior a cinco anos, já que a frota dobrou nos últimos dois anos, após o investimento em novos equipamentos da Zoomlion e da Genie.

“Acredito que os fabricantes chineses dominarão o mercado brasileiro”, acrescenta Ceriello. “Eles agora têm qualidade, preços muito competitivos e oferecem crédito.”

Em termos de taxas de aluguel, Ceriello diz que houve cerca de quatro anos em que o mercado diminuiu consistentemente, mas ele diz que as taxas estão subindo; “Nos últimos três anos, o mercado brasileiro pode começar a ser comparado ao dos EUA, com uma taxa de aluguel de 2,8% a 3,3%, até um máximo de 4%, em comparação com os 5% nos EUA.”

Sobre a utilização, Ceriello acrescenta: “Não temos uma medida de todo o mercado, mas quando falamos com os concorrentes, todos dizem que está em torno de 60%.

No ano passado, a taxa foi 70% maior. Isso se deve ao aumento da concorrência. Em uma área, tínhamos de cinco a seis concorrentes no passado, agora temos 15, com cerca de 50 plataformas cada.

A visão das vendas de equipamentos

Após a alta de mais de 45 mil unidades vendidas no Brasil em 2022, o mercado registrou queda de 25% no ano passado (para 33.742), segundo dados do especialista em pesquisa e previsão de mercado global Off-

A Highway Research descreve isso como uma “correção excessiva, mas era compreensível à luz da alta inflação e das taxas de juros, que trouxeram uma desaceleração geral no crescimento econômico”.

Sua última previsão para este ano é mais positiva, com um aumento de 14%, e está sendo impulsionada por uma melhora no cenário econômico, afirma o relatório.

No entanto, depois de 2024, o futuro parece menos claro, com os anos entre 2025 e 2028 continuando a diminuir.

O relatório também destaca uma mudança na força do Brasil em comparação com outros países da América do Sul. Constatou-se que, em 2023, o Brasil representaria 64,5% do total de vendas de equipamentos de construção na região.

Espera-se que esse número diminua um pouco nos próximos anos para 60,3%, motivado por uma combinação do fortalecimento dos mercados menores na região, aumento das taxas de juros e crescimento econômico mais moderado, reduzindo a demanda por equipamentos de construção.

Develon inaugura novo centro de peças no 'crescente' mercado brasileiro

A nova unidade em Jundiaí é a primeira na América do Sul para o OEM e a décima primeira no mundo, já que a Develon busca dar continuidade à sua estratégia de expansão da presença global do PDC.

Desenvolven Brasil

Young-cheul Cho, CEO da HD Hyundai Infracore (HDI), empresa controladora da Develon, disse que há “oportunidades crescentes” no Brasil.

Falando na abertura do novo PDC, ele disse: “Valorizamos o Brasil ao máximo e sua importância está crescendo cada vez mais, juntamente com seu grande potencial em termos de seu povo e seus recursos naturais.

“Tendo visto as oportunidades crescentes neste país, estamos aqui hoje para cumprir a promessa feita há dois anos aos nossos funcionários e clientes de abrir o novo PDC no país.”

A nova instalação permitirá que as peças estejam disponíveis mais rapidamente para clientes em todo o país, por meio da rede de revendedores da empresa.

Ocupando uma área de 1988m², o novo PDC envolveu um investimento inicial de mais de US$ 2 milhões, sem contar o valor do estoque, com a meta de montar um inventário de 12.000 itens em 2024 para reduzir os prazos de entrega em 70%.

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