Qual é a maior ameaça ao mercado de aluguel dos EUA?

Os indicadores de mercado previam crescimento no mercado de aluguel dos EUA em 2024 e, até agora, os resultados superaram as expectativas.

A American Rental Association (ARA), por exemplo, atualizou sua previsão divulgada em fevereiro, com novas previsões sugerindo que os EUA poderiam atingir US$ 79,2 bilhões em receita de aluguel este ano, um aumento de 2,8% em relação às estimativas anteriores, que previam um total de US$ 77,3 bilhões.

Mike Disser da RMC Consults LLC

“O mercado de aluguel dos EUA está pronto para um crescimento constante este ano”, diz Mike Disser da RMC Consults LLC, observando: “A consolidação do setor continua em um ritmo constante, embora com mais aquisições especializadas e seletivas tendo precedência.

Supondo um período eleitoral calmo ainda este ano e um Fed que comece a reduzir as taxas de juros, esse ciclo de crescimento pode durar vários anos, até 2028. Os gastos com infraestrutura e megaprojetos, em grande parte resultado da legislação federal, serão um fator-chave na demanda por equipamentos. Isso inclui a legislação de infraestrutura de US$ 1 trilhão aprovada em 2021, com a maior parte dos projetos previstos para os próximos quatro anos.

Isso não quer dizer, no entanto, que não haja desafios ao crescimento nos EUA. As locadoras, por exemplo, precisam manter a disciplina com os preços de aluguel.

“Um dos maiores obstáculos que as locadoras enfrentam tem a ver com a obtenção de retornos aceitáveis para sua frota”, afirma Disser. “Com o rápido aumento dos custos com equipamentos, operação e pessoal, as locadoras serão forçadas a aumentar os valores de aluguel para seus clientes e precisam ser capazes de explicar isso a eles de forma aceitável, sem prejudicá-los.”

Ele continua: “A inflação é a maior preocupação. Os custos estão subindo em um ritmo nunca visto antes, o que os torna difíceis de absorver e/ou repassar aos clientes.”

Felizmente, a inflação parece estar diminuindo. A Reuters, por exemplo, informou que a inflação mensal dos EUA permaneceu inalterada em maio, aproximando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de começar a cortar as taxas de juros ainda este ano. O último relatório do Departamento de Comércio também mostrou que os gastos do consumidor aumentaram ligeiramente em maio, com os preços subjacentes avançando no ritmo mais lento em seis meses, aumentando as esperanças de um "pouso suave" para a economia, em que a inflação desacelere sem desencadear uma recessão e um aumento acentuado do desemprego.

A construção salva o dia

Apesar dos desafios da inflação e do aumento dos custos, o mercado de aluguer dos EUA está a receber um impulso com o aumento do investimento em infra-estruturas, a crescente procura de habitação, o boom na construção de centros de dados e

A alta inflação e o aumento acentuado das taxas de juros podem ameaçar o aluguel de equipamentos nos EUA. (Foto: Adobe Stock)

outros impulsionadores, incluindo a Lei CHIPS para trazer a fabricação de semicondutores de volta aos Estados Unidos.

"A atividade de construção é uma das razões pelas quais os aumentos das taxas do Federal Reserve não colocaram a economia de joelhos, como os modelos econômicos de outros ciclos de negócios previram", disse Christopher Rupkey, economista-chefe da FWDBONDS em Nova York, à Reuters.

“Há dinheiro para novos projetos de construção industrial, com o único risco de haver uma grave escassez nacional de trabalhadores da construção civil.”

Disser, por sua vez, diz que o aumento dos custos continua sendo um obstáculo para o crescimento da construção.

“As previsões para a construção residencial e não residencial enfraqueceram com o aumento das taxas de juros e dos custos”, afirma, acrescentando: “As locadoras que adotarem estratégias de preços disciplinadas estarão em melhor posição para enfrentar quaisquer desafios econômicos. É uma batalha diária para conquistar clientes – isso nunca muda.”